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MUSICOTERAPIA FAQ
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O que é Musicoterapia?Musicoterapia é um campo de conhecimento que estuda os efeitos da música e da utilização de experiências musicais, resultantes do encontro entre o/a musicoterapeuta e as pessoas assistidas. A prática da Musicoterapia objetiva favorecer o aumento das possibilidades de existir e agir, seja no trabalho individual, com grupos, nas comunidades, organizações, instituições de saúde e sociedade, nos âmbitos da promoção, prevenção, reabilitação da saúde e de transformação de contextos sociais e comunitários; evitando dessa forma, que haja danos ou diminuição dos processos de desenvolvimento do potencial das pessoas e/ ou comunidades. Fonte e mais: https://ubammusicoterapia.com.br/institucional/musicoterapia/definicao/
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O que é Musicoterapia Neurológica?É um modelo de musicoterapia baseado em evidências que tem como base pesquisas sobre a música e sua ação no cérebro. Ela estuda as funções neurológicas musicais como percepção e produção musical associadas a comportamentos não musicais. Promove a aplicação terapêutica da música para disfunções cognitivas, sensoriais e motoras, causadas por desordens neurológicas no sistema nervoso do ser humano. Fonte e mais: https://nmtacademy.co/key-elements-of-nmt/
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O que é o modelo de Musicoterapia Analítica?É um modelo desenvolvido pela musicoterapeuta britânica Mary Priestley, iniciado na década de 1970 e fundamentado na psicanálise. Foi reconhecida como um dos 5 modelos de musicoterapia pela federação mundial de musicoterapia em 1999. Seu modelo objetiva utilizar a potência do uso clinicamente direcionado da música na realização de mudanças nos níveis mais fundamentais da personalidade de cada um. Embora o modelo tenha sido desenvolvido pela primeira vez na psiquiatria adulta, provou ser suficientemente maleável para ser aplicável em outras áreas, incluindo ambientes médicos, trabalho com crianças e em um clima terapêutico contemporâneo onde as considerações relacionais e culturais são mais proeminentes do que eram em 1975. Alguns de seus livros: Priestley, M. (1975). Music therapy in action. Constable. Priestley, M. (1994). Essays on analytical music therapy. Barcelona. Priestley, M. (2012). Music therapy in action (2nd ed.). Barcelona. Fonte e mais: https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/08098131.2021.1904667
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O que é o modelo GIM de musicoterapia?O Método Bonny de Imagem Guiada e Música é uma terapia centrada na música e que expande a consciência, desenvolvida por Helen Bonny. Terapeutas treinados no Método Bonny escolhem sequências de música clássica que estimulam as viagens da imaginação. Experimentar imagens desta forma facilita a integração dos aspectos mentais, emocionais, físicos e espirituais do bem-estar dos clientes. Fonte e mais: https://ami-bonnymethod.org/
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O que é o modelo de Musicoterapia Nordoff-Robins?Em 1959, o compositor e pianista americano Paul Nordoff e o professor de educação especial Clive Robbins desenvolveram uma nova forma de colaboração na produção musical para engajar crianças vulneráveis e isoladas, que eles chamaram de "terapia na música". Os efeitos da musicoterapia foram sentidos desde cedo; ela ajudou as crianças a desenvolver concentração, autocontrole e aumento da consciência social e autoconsciente. Os efeitos duraram muito além das próprias sessões, e a demanda pelo trabalho de Nordoff e Robbins aumentou. A abordagem da Nordoff-Robbins à musicoterapial baseia-se na crença de que todos possuem uma sensibilidade à música que pode ser utilizada para o crescimento e desenvolvimento pessoal. Nesta forma de tratamento, os clientes assumem um papel ativo na criação de música junto com seus terapeutas. A abordagem é baseada em técnicas que permitem que até mesmo os clientes maiores graus de deficiências se tornem participantes ativos e bem-sucedidos. Através desta interação, os terapeutas apoiam e aprimoram as habilidades expressivas dos clientes e sua capacidade de relacionamento com os outros. Em todas as suas formas, a prática é tanto artística quanto científica: artística na criatividade e sensibilidade estética com que os terapeutas criam música para atender às necessidades individuais dos clientes; científica no rigor com que a gravação em vídeo de cada sessão é estudada e documentada para efetuar uma avaliação contínua e o planejamento do tratamento. Fontes e mais: https://steinhardt.nyu.edu/nordoff/the-practice https://www.nordoff-robbins.org.uk/
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O que é Musicoterapia Musico-Centrada?No pensamento músico-centrado, as experiências musicais não são meramente ferramentas para fins não musicais, mas também podem servir como metas apropriadas da terapia musical. A forma como os clientes experimentam a si mesmos, outras pessoas, a música e o mundo ao seu redor enquanto estão envolvidos em experiências musicais é concebida como um resultado terapêutico legítimo. Esta perspectiva é baseada no reconhecimento de que os clientes muitas vezes querem a mesma coisa da musicoterapia que todas as pessoas querem da música: uma experiência essencialmente musical que atende a uma necessidade inata. Em uma visão centrada na música, a musicoterapia é conceitualizada como uma prática profissional que ajuda a criar as condições para que a musicoterapia ocorra para pessoas que não podem criar essas condições por si mesmas. Fontes e mais: https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/135945759901300207 https://amtapro.musictherapy.org/?p=1348
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O que é Musicoterapia Hospitalar?No ambiente hospitalar a musicoterapia é mais uma prática integrativa de cuidados ao paciente. Auxilia nos processos dos sujeitos e dos profissionais, em suas demandas, criando pontes entre a alegria e saúde para quem cuida e para quem é cuidado. Está associada à melhora dos sinais vitais( regulação de pressão arterial, frequência cardiaca, e respiratória, etc) dos pacientes internados e/ou em tratamento. Diminuição dos sentimentos de controle (ansiedade, tensão, estresse, angústia e sintomas depressivos), alívio da dor, melhora da qualidade de sono e do sistema imunológico, dentre outros ganhos. Pode ser aplicada em qualquer das áreas do hospital, desde a maternidade, centro cirúrgico, UTI's e até trabalhos com as equipes técnicas que estão no entorno do paciente. Para ser chamada de musicoterapia precisa ter um musicoterapeuta qualificado integrando a equipe multidisciplinar responsável pelo(s) paciente(s). Fonte e mais: HTTPS://www.hportugues.com.br/2018/05/musicoterapia-no-hospital
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O que é Musicoterapia Comunitária?Segundo Bruscia (2016), a Musicoterapia Comunitária tem duas formas principais: 1º - Um modelo em que o terapeuta trabalha com clientes em um setting musicoterapêutico tradicional individual ou em grupo, enquanto também trabalha com a comunidade na qual os clientes vivem, trabalham ou brincam. O objetivo é ajudar o cliente a adaptar-se e a assimilar-se na comunidade, enquanto também auxilia a comunidade na adaptação e acomodação do cliente. 2º - O terapeuta trabalha diretamente com a comunidade em quaisquer de seus segmentos. O propósito pode ser aumentar a consciência social e cultural e trazer um senso de participação social para todos os envolvidos, ajudar a comunidade a resolver questões socioculturais que engraquecem a paz e o entendimento ou ajudar as comunidades a lidar com diferentes tipos de trauma. Fontes e mais: * Bruscia, 2016, 3ª ed. - Definindo Musicoterapia. Barcelona Publishers. * Revista Brasileira de Musicoterapia - Ano XVIII n° 21 ANO 2016 CUNHA, R. Musicoterapia social e comunitária: uma organização crítica de conceitos. (p. 93-116) * Revista Brasileira de Musicoterapia - Ano XVII n° 18 ANO 2015. p. 64 a 84. CUNHA, R. ANDRADE, M. A DIMENSÃO DE SAÚDE NO CONTEXTO DA PRÁTICA DA MUSICOTERAPIA SOCIAL.
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O que é Musicoterapia com Abordagem Plurimodal?Trata-se de um trabalho musicoterapêutico centrado no indivíduo e sua singularidade. É fundamentada na Psicologia Humanista. Utiliza-se de conceitos tais quais musicalidade terapêutica, leitura musicoterapêutica, música como analogia, música como metáfora e música como representação social. Trabalha, clinicamente, através de 4 eixos, a saber: Improvisação Musical Terapêutica (IMT); Trabalho com Canções; Uso Seletivo de Música Editada; Técnicas Receptivas. As etapas dos processos musicoterapêuticos seguem algumas fases: Valoração Diagnóstica Inicial da Musicoterapia (VIM); Tratamento com as intervenções musicoterapêuticas; Avaliação e Alta. Fonte e mais: Musicoterapia Abordaje Plurimodal. Diego Shapira, Karina Ferrari, Viviana Sánchez, Mayra Hugo, ADIM Ediciones - 2007)
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O que é Musicoterapia Organizacional?Segundo O'NEILL (1995), a musicoterapia organizacional utiliza o potencial de aplicação da música para apoiar e desenvolver equipes de trabalho e melhorar relações em ambientes de trabalho e em grupos profissionais. Na musicoterapia organizacional a música é utilizada para desenvolver grupos profissionais e melhorar as relações em ambientes de trabalho. As intervenções terapêuticas são diferenciadas; a produção de mudança tem como foco tanto o indivíduo quanto a empresa, os limites do settingsão ampliados e a relação cliente-musicoterapeuta estende-se, incluindo diversas relações. A demanda vem de terceiros, gerentes ediretores, e nem sempre coincide com a percepção dos colaboradores. Fonte e mais: Castro, A. A. G. de ., Valentin, F. ., & Sá L. C. de . (2015). ATUAÇÃO E PERFIL DO MUSICOTERAPEUTA ORGANIZACIONAL. Brazilian Journal of Music Therapy, (19). Recuperado de https://musicoterapia.revistademusicoterapia.mus.br/index.php/rbmt/article/view/103
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O que é Musicoterapia Focal Obstétrica?Voltada para gestantes, lactantes e puérperas o método foi desenvolvido pelo Musicoterapeuta Argentino Lic. Gabriel F. Federico. O intuito aqui é promover às futuras mamães saúde, bem estar, melhor qualidade de vida, bem como reduzir o estresse materno, seus medos e ansiedade, além de fortalecer o vínculo mamãe-bebê. O Musicoterapeuta com a formação em MTFO trabalha as quatro esferas da gestação: Emocional, mental, física e espiritual. Nesse período o corpo da mulher passa por muitas mudanças físicas e hormonais então é muito comum a insegurança e o medo acompanha-las. Desse modo, a musicoterapia tem um papel fundamental para trabalharmos o período da espera do bebê, de forma que a gestante consiga aproveitar mais a gravidez, tirar um tempo para realmente conectar-se com seu bebê antes dele nascer Durante as sessões é possível detectar e trabalhar com os traumas e problemas emocionais que a gestante mostre que possam prejudicar o desenvolvimento do bebê que está por nascer. A Musicoterapia Focal Obstétrica pode ser trabalhada de forma preventiva com grupos de gestantes, casais e casais com filhos ou ainda, de forma clínica, individualmente, nesse caso, tratando questões mais específicas trazidas pela gestante. Fonte e mais: * https://www.gabrielfederico.com/ * FEDERICO, Gabriel F. El embarazo musical : comunicación, estimulación y vínculo prenatal através dela música . 2 ed. Buenos Aires : Kier, 2004. * FEDERICO, Gabriel F. Musicoterapia pré-natal. Ana i s XIII Simpósio Brasileiro de Musicoterapia, p. 344-357, 2009. Colaboração da Musicoterapeuta Katia Dellalo.
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O que é Musicoterapia Comportamental?A abordagem comportamental da musicoterapia baseia-se na característica que define a musicoterapia como a aplicação científica da música para a realização de objetivos terapêuticos, desde que estes sejam comportamentais, de desenvolvimento e/ou médicos. É o uso da música e do eu do terapeuta para influenciar as mudanças de comportamento. A abordagem comportamental da musicoterapia se baseia em princípios de aprendizagem e se concentra em programas de avaliação e remediação baseados no controle ambiental do comportamento. O comportamento é modificado organizando explicitamente as conseqüências das respostas com base nos princípios de reforço. Fonte e mais: Madsen, C. K., Cotter, V., & Madsen, C. H. (1968). A Behavioral Approach to Music Therapy. Journal of Music Therapy, 5(3), 69–71. doi:10.1093/jmt/5.3.69
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O que é Musicoterapia Vibroacústica?A terapia VA influencia os processos psicológicos e fisiológicos. A música é recebida, processada e interpretada no cérebro, e o efeito emocional e associativo da música estimula os processos psicológicos. Ao mesmo tempo, os efeitos físicos acompanham ou são o resultado da atividade psicológica e a música tem um efeito ativo no comportamento físico. Estudos experimentais no campo da terapia AV não só identificaram mais evidências de como a música nos afeta a nível psicológico, mas também mediram a resposta física. Porque a terapia VA é uma intervenção que apresenta um estímulo físico na forma de um tom de baixa frequência sinusoidal pulsado, esses estudos encontraram algumas evidências do efeito do som dentro dessa faixa de frequência. O efeito psicológico e fisiológico da música e do som está ganhando importância crescente na teoria do tratamento em torno da musicoterapia e da música na medicina. Esta é, sem dúvida, uma forma de tratamento agradável, com poucos efeitos colaterais até agora registrados. Fonte e mais: Grocke et al. (2006) - Receive Methods in Music Therapy: Techniques and Clinical Applications for Music Therapy Clinicians, Educators and Students (English Edition). Colaboração do Mt. Robson Freitas - ASBAMT 134-D
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Como a Musicoterapia ajuda no TEA?O Transtorno do Espectro Autista - TEA, segundo o DSM-5, é uma condição neurodesenvolvimental caracterizada por comprometimentos nas áreas social, de comunicação e pela presença de comportamentos repetitivos e estereotipados, independente da etiologia ou dos déficits associados. No TEA há um neurodesenvolvimento atípico que influencia no processamento dos estímulos sensoriais. Ou seja, o sistema auditivo, principal alvo da intervenção musicoterapêutica é influenciado diretamente, havendo impacto no comportamento musical das crianças com esse diagnóstico. Com muita frequência, observa-se a utilização do estímulo auditivo/ musical por estas crianças para zona de conforto ou como procura sensorial, sendo esse um dos principais indicativos para o encaminhamento para a Musicoterapia. Além disso, muitos indivíduos com TEA, antes do desenvolvimento das habilidades de comunicação verbal, apresentam uma rápida memorização de melodias e seus textos verbais, decodificação de sequências intervalares e sua reprodução com facilidade em instrumentos musicais, demonstrando grande aproximação com o estímulo musical. O tratamento do indivíduo com TEA é realizado por uma equipe multidisciplinar, onde a musicoterapia é a especialidade terapêutica com recursos técnicos que auxiliam na organização da entrada e decodificação do estímulo auditivo, minorando quadros de sensibilidade auditiva, muito comuns em crianças com TEA. A intervenção da musicoterapia têm papel fundamental também na quebra das zona de conforto auditiva, procura sensorial e/ou padrões estereotipados, auxiliando na comunicação verbal e gestual e em uma maior funcionalidade e independência do paciente. A musicoterapia é também extremamente efetiva na construção de recursos internos, comunicativos e adaptativos, necessários principalmente em ambientes onde há estímulos auditivos aversivos. Assim como, na construção de instrumentos e repertórios adaptados nos casos de déficts motores (10% dos casos de TEA). Em 2020, a instituição NCAEP (The National Clearinghouse on Autism Evidence & Practice) avaliou os benefícios da Musicoterapia para pessoas com autismo e a incluiu em seu rol de práticas baseadas em evidências. Fontes e mais: * BERGER, Dorita S. Music therapy, sensory integration and the autistic child. Londres: Jessica Kingsley Publishers, 2002. * GATTINO, Gustavo. Musicoterapia e Autismo: teoria e prática. São Paulo: Memnos, 2015. * MAGALHÃES, N., MELLO, A. O comportamento musical e o desenvolvimento de habilidades musicais de crianças com transtorno do espectro autista. Dissertação (Mestrado em Reabilitação e Inclusão) - Programa de Pós-graduação em Reabilitação e Inclusão, Centro Universitário Metodista. Porto Alegre, 2021. * Steinbrenner, J. R., Hume, K., Odom, S. L., Morin, K. L., Nowell, S. W., Tomaszewski, B., Szendrey, S., McIntyre, N. S., Yücesoy-Özkan, S., & Savage, M. N. (2020). Evidence-based practices for children, youth, and young adults with Autism. The University of North Carolina at Chapel Hill, Frank Porter Graham Child Development Institute, National Clearinghouse on Autism Evidence and Practice Review Team. Colaboração da Musicoterapeuta Natália Elisa Magalhães (AMT-RS 421/2008)
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Como a Musicoterapia ajuda no Alzheimer?A Musicoterapia na Doença de Alzheimer (DA) se baseia principalmente, mas não apenas, nas funções cognitivas e comportamentais do paciente. Estudos sugerem que a "memória musical" pode permanecer intacta para as pessoas com DA, mesmo enquanto experimentam um rápido declínio cognitivo. Pensa-se que isto acontece porque as redes de memória musical estão separadas das tradicionais redes de memória do lobo temporal que são poupadas até os estágios posteriores da doença. Segundo estes estudos, a música ativa uma ampla rede no cérebro em vez de uma única "área de música". Outros estudos complementam mostrando que as áreas de audição musicais são afetadas num grau menor do que outras, mantendo a capacidade da pessoa com DA de se engajar na experiência musical na recordação de eventos. Estudos comportamentais têm mostrado que a música pode melhorar algumas funções cognitivas em pessoas com DA. Por exemplo, a música de fundo tem mostrado melhorar a recordação autobiográfica. A música pode ser usada como um pista para evocar memórias autobiográficas involuntárias que são específicas e invocam uma resposta emocional, bem como melhora a codificação verbal de informações. A capacidade da música de melhorar a codificação, memória e cognição em pessoas com DA tem sido atribuída à modulação de respostas fisiológicas. Foi postulado que a capacidade da música de induzir excitação e evocar respostas emocionais positivas pode ativar o sistema nervoso parassimpático ou simpático, dependendo do tipo de música e ritmo, para, por sua vez, aliviar os sintomas neuropsicológicos e melhorar os esforços de codificação. Há evidências de que a música pode melhorar o estado emocional em pessoas com DA diminuindo os níveis de estresse, medido pelo cortisol na saliva. As intervenções musicais também demonstraram ter outros efeitos fisiológicos positivos em pessoas com DA que podem afetar a cognição e o comportamento, tais como melhorar o sono aumentando os níveis de melatonina e equilibrar os hormônios sem os efeitos adversos da terapia de reposição hormonal. Também, intervenções musicais que utilizaram listas de reprodução individualizadas e se concentraram em técnicas de relaxamento, tendem a produzir maiores benefícios para as pessoas com DA. Imaginamos que isto se deva à melhoria da memória autobiográfica, autonomia e modulação parassimpática que, por sua vez, tem efeitos positivos sobre a cognição e o comportamento. Fonte e mais: Leggieri M, Thaut MH, Fornazzari L, et al. Music Intervention Approaches for Alzheimer's Disease: A Review of the Literature. Front Neurosci. 2019;13:132. Published 2019 Mar 12. doi:10.3389/fnins.2019.00132
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Como a Musicoterapia ajuda no desenvolvimento infantil?A música pode desempenhar um papel importante na satisfação das necessidades educacionais de uma criança, pois ela proporciona um meio de auto-expressão, dando à criança uma saída para sentimentos e emoções. A música, além de ser uma fonte de prazer, é também um meio de comunicação com os outros. A música pode expor a criança a desafios e experiências multi-sensoriais que aumentam as habilidades de aprendizagem e encorajam o desenvolvimento cognitivo. Em particular, a música também pode envolver funções cognitivas, tais como planejamento, memória de trabalho, inibição e flexibilidade. Estas funções são conhecidas como funções executivas (EF). As intervenções musicais podem se tornar uma abordagem atraente para escolas que estão enfrentando cada vez mais o desafio de apoiar processos educacionais e o desenvolvimento de crianças com diferentes graus de aprendizagem e dificuldades comportamentais. Em revisão de Dumont et al (2017), são encontrados estudos apoiando a musicoterapia no desenvolvimento de habilidades motoras, sociais e emocionais, bem-estar, autoestima, linguagem, processamento auditivo, consciência fonológica, habilidades acadêmicas e cognitivas. Fonte e mais: Dumont et al (2017). Music Interventions and Child Development: A Critical Review and Further Directions.
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Como a Musicoterapia ajuda no Parkinson?Doença de Parkinson (DP) é o transtorno neurodegenerativo do movimento mais comum. Além dos sintomas motores que caracterizam o quadro, a pessoa com DP pode apresentar também sintomas não motores que afetam diretamente sua qualidade de vida. A patologia está associada a alterações no sistema dopaminérgico onde ocorre a depleção da dopamina do corpo estriado na via nigroestriatal. A causa da morte dos neurônios ainda não é totalmente conhecida. Há fatores genéticos (11 genes) e ambientais (exposição a alguns pesticidas e outras substâncias tóxicas) associados à DP. A musicoterapia dispõe de diversos trabalhos com a DP focados principalmente, mas não apenas, nos déficits motores. Uma das técnicas da musicoterapia neurológica - Rhythmic Auditory Stimulation - é reconhecida com ótimos benefícios para a reabilitação da marcha e pessoas com PD. Técnicas na área da fala podem auxiliar a pessoa com DP já que o déficit motor também afeta a fala podendo causar dificuldades na movimentação orofacial. Nos aspectos não motores, como déficits cognitivos e emocionais, a literatura ainda é emergente, mas alguns estudos randomizados controlados têm demonstrado que a musicoterapia pode ser valiosa na reabilitação das funções cognitivas e bem-estar emocional, melhorando a qualidade de vida do paciente. Fontes e mais: * García-Casares, N., Martín-Colom, J. E., & García-Arnés, J. A. (2018). Music Therapy in Parkinson’s Disease. * Balestrino, R., & Schapira, A. H. V. (2020). Parkinson disease. * Erra, C., Mileti, I., Germanotta, M., Petracca, M., Imbimbo, I., De Biase, A., … & Padua, L. (2019). Immediate effects of rhythmic auditory stimulation on gait kinematics in Parkinson’s disease ON/OFF medication. * Thaut, M.H., McIntosh, K.H., McIntosh, G.C., & Hoemberg, V. (2001). Auditory rhythmicity enhances movement and speech motor control in patients with Parkinson’s disease. * Spina e col. (2016). Music Therapy for Motor and Nonmotor Symptoms of Parkinson's Disease: A Prospective, Randomized, Controlled, Single-Blinded Study
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Como a Musicoterapia ajuda nas lesões encefálicas adquiridas (AVE, TCE e etc.)Práticas baseadas na musicoterapia neurológica, como a estimulação rítmica auditiva auxilia na reabilitação da marcha em pessoas que sofreram Acidente Vascular Encefálifico (AVE) ou Trauma Crânio Encefálico (TCE). As intervenções musicais podem ser benéficas para melhorar o funcionamento motor dos membros superiores e inferiores após o AVE. Intervenções musicais podem ser benéficas para resultados de comunicação em pessoas com afasia após acidente vascular cerebral. As intervenções musicais podem ter um efeito benéfico na repetição da fala. Alguns estudos mostram melhoria no humor e aspectos cognitivos em pacientes pós AVE e TCE. A reabilitação ocorre pelo processo de neuroplasticidade, em que o cérebro tem suas funções "retreinadas" pelas práticas musicais, ou são criadas técnicas de compensação para aquela função ser executada. Fonte e mais: * Magee WL, Clark I, Tamplin J, Bradt J. Music interventions for acquired brain injury. Cochrane Database of Systematic Reviews 2017, Issue 1. Art. No.: CD006787. DOI: 10.1002/14651858.CD006787.pub3.
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Como a Musicoterapia ajuda na ansiedade?A musicoterapia pode ajudar na redução do estresse e a promover uma sensação de bem-estar, graças à liberação de endorfina, um neurotransmissor que melhora o humor e auxilia no controle da dor. As técnicas usadas na musicoterapia também ajudam a relaxar o corpo, prevenindo a tensão muscular, um dos sintomas da ansiedade. Fonte e mais: Santiváñez-Acosta R, Tapia-López ELN, Santero M. Music Therapy in Pain and Anxiety Management during Labor: A Systematic Review and Meta-Analysis. Medicina (Kaunas). 2020 Oct 10;56(10):526. doi: 10.3390/medicina56100526. PMID: 33050409; PMCID: PMC7599829.
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Como a Musicoterapia ajuda na depressão?A música é um poderoso estímulo que evoca e modula os humores e as emoções; a música é freqüentemente usada intencionalmente para regular os humores e as emoções na vida diária. Juslin (2010) relata que a música pode influenciar a motivação, a auto-imagem e os mecanismos de lidar com os difíceis estados de sentimento; em algumas formas de terapia musical, o terapeuta ajuda explicitamente os indivíduos a processar os sentimentos que têm sido despertados pela música. Outros possíveis mecanismos de ação foram descritos por Maratos e colegas (Maratos 2011), que sugerem que altos níveis de envolvimento são vistos em testes de musicoterapia porque a música é em grande parte uma atividade social, prazerosa e significativa, e que os terapeutas utilizam esses recursos de várias maneiras para ajudar as pessoas. Na musicoterapia ativa, o musicoterapeuta usa métodos improvisados, re-criativos ou composicionais. Os métodos improvisados na musicoterapia incluem qualquer experiência pela qual o paciente participa ativamente na produção musical espontânea com o musicoterapeuta ou com outros indivíduos enquanto toca instrumentos, vocaliza ou toca seus corpos ou outros objetos. Os métodos re-criativos envolvem a reprodução de material musical pré-composto vocal ou instrumental. Com métodos composicionais, o processo de composição ajuda os pacientes a gerar e refinar opiniões pessoais, idéias e fantasias, e os coloca em uma estrutura musical funcional. O suposto mecanismo de ação em musicoterapia ativa para depressão é que a relação musical co-criada entre o terapeuta e o paciente ou o grupo de pacientes permite que o paciente experimente e ganhe percepção dos problemas relacionais e emocionais falando sobre o diálogo musical; organize, resolva problemas, assuma responsabilidades, comunique, melhore a atenção e experimente sentimentos de auto-estima e realização; satisfaça uma variedade de estados emocionais e necessidades físicas; e expresse emoções através da criação de sons e estruturas musicais. A sincronização e a expressão musical sintonizada podem modular os níveis de estresse e ansiedade. Os momentos intersubjetivos formam a base para o desenvolvimento da subjetividade, da união, da criação de significado e das possibilidades de ações e linguagem. A musicoterapia ativa pode ser influenciada por tradições psicodinâmicas, cognitivo-comportamentais ou humanísticas, e às vezes é combinada com outras formas de arte, como a escrita, o desenho e o movimento. Na musicoterapia receptiva, o musicoterapeuta usa métodos e técnicas pelos quais o paciente é um receptor da experiência musical. A música na musicoterapia pode consistir em improvisações ao vivo ou gravadas, performances ou composições apresentadas em vários estilos, como clássico, rock, jazz e country. Os pacientes encorajaram a listar a música e a responder silenciosamente, verbalmente, ou em outra modalidade. Os métodos incluem relaxamento musical, discussão musical, audição da música preferida do paciente e audição imaginária, para a qual a Imagem Guiada e a Música (GIM) é um método internacionalmente conhecido. O suposto mecanismo de ação na terapia musical receptiva para depressão é que diferentes tipos de estímulos musicais induzem diretamente mudanças na consciência, estimulam a imagem e os sentidos, induzem humores e evocam sentimentos, influenciam o corpo, estimulam ou sedam a energia física ou mental, motivam ou desencorajam a atividade física, motivam a interação e evocam a introspecção, reflexão e discernimento. Tem sido sugerido que a terapia musical receptiva pode ajudar a reduzir o estresse, acalmar a dor e energizar o corpo. A escuta intencional através de imagens permite ao paciente focalizar, relaxar, experimentar e compartilhar experiências, e leva à redução da ansiedade. A musicoterapia receptiva também pode ser influenciada por tradições cognitivo-comportamentais, humanistas ou psicodinâmicas e pode envolver uma atividade adjunta realizada durante a escuta, como relaxamento, meditação, movimento, desenho, ou reminiscência. Referência: Aalbers S, Fusar-Poli L, Freeman RE, Spreen M, Ket JCF, Vink AC, Maratos A, Crawford M, Chen XJ, Gold C. Music therapy for depression. Cochrane Database of Systematic Reviews 2017, Issue 11. Art. No.: CD004517. DOI: 10.1002/14651858.CD004517.pub3.
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Como a Musicoterapia ajuda na reabilitação sensório-motora?A música é um meio sensório-motor facilitador de estímulos, pois por meio de escuta sonoro-musical, as vias sensoriais conectam o receptor na periferia com a medula espinhal, tronco cerebral, tálamo e córtex cerebral. Essas vias recebem as informações a partir do ambiente, por meio de células especializadas na periferia do corpo e transmitem essas informações para o sistema nervoso central. A partir daí, as informações são usadas para as quatro funções principais: a percepção, controle de movimentos, a regulação das funções dos órgãos internos e a manutenção do estado de vigília. Sendo assim, a musicoterapia auxilia como facilitadora nessa conexão, capaz de ampliar a auto-expressão corpóreo-sonoro-musical voluntária do paciente. Fonte e mais: Ferreira, Michelle de Melo & Smith, Maristela Pires da Cruz- FMU- 2013 A musicoterapia na reabilitação de pacientes com paralisia cerebral.
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Como a Musicoterapia ajuda na reabilitação cognitiva?A experiência musical afeta o cérebro como um todo, ativando diversas estruturas e regiões cerebrais. No entanto, assim como ocorre com outras habilidades cognitivas, os vários componentes da habilidade musical aparentemente possuem localizações específicas no cérebro. Os estudos mais recentes enfatizam uma conexão modular da cognição musical, ou seja, os diferentes aspectos da música são processados em redes neuronais distintas, porém sobrepostas, em ambos os hemisférios cerebrais. O treinamento musical e a exposição prolongada à música considerada pelo ouvinte como prazerosa são capazes de aumentar a produção de neurotrofinas produzidas no cérebro em situações de desafio, podendo determinar, além do aumento da sobrevivência dos neurônios, mudanças de padrões de conectividade na plasticidade cerebral . A plasticidade cerebral promovida pela música causa a ativação de diversos circuitos neurais, como o da atenção, memória, associação temporal e corporal, linguagem corporal e simbólica e emoção. Evidências científicas demonstram que a neuroplasticidade cerebral, estimulada pelo treinamento musical, pode produzir modificações em capacidades cognitivas. O papel da música na reabilitação cognitiva tem assumido uma posição de destaque com base nas descobertas recentes da neuromusicologia e cognição musical. Os resultados obtidos nas investigações destes campos têm contribuído significativamente para a compreensão das bases neurais que dão suporte à percepção e cognição musical. Fontes e mais: * Reabilitação cognitiva e musicoterapia. Revista In Cantare 2016, Rosário , Verônica Magalhães e Liureiro, Cybelle Maria * Cognitive, emotional, and neural benefits of musical leisure activities in aging and neurological rehabilitation: A critical review. Sarkamo, 2017. * S. Benz, R. Sellaro, B. Hommel, L.S. Colzato. Music makes the world go round: the impact of musical training on non-musical cognitive functions–a review Front Psychol, 6 (2016), p. 2023
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Como é o processo Musicoterapêutico?Sabendo que a Musicoterapia dispõe de várias abordagens diferentes, definir um padrão de processo terapêutico pode não ser uma tarefa fácil. Assim, exporemos aqui o modelo mais comum do processo musicoterapêutico em clínica: 1. Entrevista/anamnese - nessa etapa o profissional tem o primeiro contato com o cliente e/ou responsáveis. Informações clínicas e do histórico sonoro-musical são colhidas. O profissional explica o processo e realiza o acordo musicoterapêutico. 2. Avaliação - nesse momento o cliente é avaliado pelo profissional quanto a conteúdos sonoro-musicais e/ou comportamentos musicais e não musicais. A utilização de ferramentas de avaliação pode variar de profissional para profissional de acordo com sua abordagem. 3. Definir objetivos e plano terapêutico - com o resultado da avaliação e conversando com o cliente ou responsável, o profissional define os objetivos para a intervenção e as estratégias no plano terapêutico. 4. Intervenção - O profissional utilizará de técnicas e experiências sonoro-musicais para alcançar os objetivos propostos. 6. Reavaliação - É realizada para avaliar se a intervenção tem sido eficaz, até aquele momento. 7. Alta ou continuação do processo - Se os objetivos forem alcançados o cliente recebe a alta, caso contrário o processo pode recomeçar. Este é um processo de um modelo clínico de atendimento. Porém, dependendo da área de atuação, público e abordagem de formação do musicoterapeuta, este processo pode ser diferente.
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Como é uma sessão de Musicoterapia?Os acontecimentos em uma sessão de musicoterapia podem variar entre os profissionais, considerando o público, sua abordagem de formação e o local onde ela ocorre. Alguns profissionais podem deixar o cliente livre para usar os instrumentos e o corpo para se expressar; outros podem direcionar atividades visando objetivos comportamentais; alguns podem usar música gravada, outros usam música viva. De forma geral, o objetivo base do musicoterapeuta é estabelecer alguma comunicação com o cliente, para isso ele vai utilizar-se de várias ferramentas (instrumentos, técnicas e experiências) distintas.
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Como a Musicoterapia ajuda na Síndrome de Down?A pessoa com Síndrome de Down (SD) possui um atraso global do desenvolvimento. Sendo a atividade musical uma experiência estimulante e motivadora, é natural que a pessoa com SD tenha um bom nível de engajamento desenvolvimento na musicoterapia. O musicoterapeuta pode direcionar suas práticas com objetivos variados nas áreas sensório-motoras (coordenação e organização psicomotora), cognitivos (atenção, memória e funções executivas), comunicativos (fala e linguagem) e socioemocionais (autorregulação). A utilização de técnicas, experiências e prática como um todo, pode variar entre cada profissional. O trabalho se destina tanto para bebês e crianças quanto para adolescentes e adultos. Fontes e mais: * https://www.centrobenenzon.com.br/site/musicoterapia-e-sindrome-de-down/ * Avanços da musicoterapia em pacientes com síndrome de down. In Brazilian Journal of Development Braz. J. of Develop.,Curitiba, v.6, n.8,p.59825-59836aug.2020. * BENEFÍCIOS DA MUSICOTERAPIA PARA CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN: UMA REVISÃO INTEGRATIVA . Majori Machado de Albuquerque Gislaine Cristina Vagetti - Anais do XX Fórum Paranaense de Musicoterapia e IV Seminário Paranaense de Pesquisa em Musicoterapia n° 20 / 2019
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Como a música age no cérebro?A música pode ser ouvida pelo sistema auditivo periférico (orelha) e/ou sentido pela pele e ossos. Em ambos os casos, a música é transmitida ao sub-córtex onde inicia-se a extração e processamento das características mais básicas do som, como timbre e intensidade. Ocorre, então, o processamento de baixo para cima no encéfalo. O sistema límbico, centro emocional do cérebro é ativado junto ao hipocampo (memória) - responsáveis pelas emoções que sentimos ao ouvir/fazer música e memórias relacionadas à experiências anteriores com aquela música. Áreas corticais no lobo temporal como os córtices auditivos primário e secundário passam a processar características mais complexas do som, como melodia, contorno e harmonia. O ritmo e elementos temporais (métrica, andamento, dinâmicas) tem seu processamento em grande parte no cerebelo. Funções cognitivas e motoras relacionadas à música nos lobos frontal e parietal também são ativados. Tocar um instrumentos também ativa o córtex somatossensorial, e ler música ativa o lobo occipital. As áreas da fala (Broca) e linguagem (Wernicke) também são ativadas durante a experiência musical. Alguns autores referências na área: -Daniel J Levitin -Michael Thaut -Camila Pffeifer -Isabelle Peretz -Oliver Sacks
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Como é a Musicoterapia na Saúde mental?Segundo Zanini (2004), esta grande área (Saúde Mental) engloba a Psiquiatria Infantil e de Adultos, sendo possível vislumbrar diversas possibilidades de atuação do musicoterapeuta. Dentre os públicos citados em seu trabalho temos o Autismo Infantil, casos de distúrbio de conduta (envolvem inadaptação ou inadequação de qualquer uma ou mais condutas ou comportamentos englobados na vida da criança e do adolescente), transtornos esquizofrênicos, obsessivos ou compulsivos, transtornos de humor e pacientes com dependência química - drogadictos e alcoolistas. A musicoterapia busca, inicialmente, abrir um canal de comunicação com esses pacientes. Nesse processo o musicoterapeuta utiliza sua sensibilidade e escuta musicoterapêutica para compreender toda e qualquer expressão corporo-sonoro-musical vinda do paciente ou grupo. A partir daí, inicia-se um processo de comunicação, de valorização das expressões, de reconhecimento e aceitação da identidade, do fortalecimento da subjetividade, do reconhecimento do eu e do outro. Zanini completa: "Ao utilizar os elementos da música, o musicoterapeuta pode possibilitar uma intervenção que englobe o indivíduo em sua totalidade, em diversos âmbitos, tanto individualmente, referindo-se ao nível físico, mental, psicológico e espiritual, como socialmente, num contexto de relações familiares, sociais, culturais, de trabalho e históricas. Faz-se necessário evidenciar a importância, para o profissional musicoterapeuta, de estar atento às diversas formas de expressão (sonora/ musical/corporal) apresentadas no setting e às especificidades vindas de cada patologia, tendo sempre em mente que cada indivíduo vive suas adversidades de uma forma particular." Fonte e mais: ZANINI, C. In book: Arteterapia no novo paradigma de atenção em saúde mental (pp.181-203)Edition: 1 Chapter: Musicoterapia e Saúde Mental - Um Longo Percurso Publisher: Vetor
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Como é a Musicoterapia na gestação?A musicoterapia aplicada à gestação é um importante elo de comunicação entre a mãe e o bebê já que o principal som que o bebê ouve no ventre é a voz da mãe, além do coração e sons orgânicos. Mas essa voz que chega ao bebê não é como a que escutamos aqui do lado de fora, com palavras bem articuladas e sim o timbre, a entonação e a frequência da voz.E como não existem vozes iguais, o bebê vai reconhecer aqui fora os sons que ouviu com regularidade durante a gestação. Estimular a mãe , o pai e a família grávidos a cantarolar para o bebê pode influenciar muito no desenvolvimento desse novo ser. Fontes e mais: * HTTPS://guiadobebe.com.br/musicoterapia-para-gestantes-e-familias-gragidas por Fernando de Oliveira Pereira *Musicoterapia pré natal. Jornada musical no decorrer da gravidez. Gabriel R Federico
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Como é a supervisão em Musicoterapia?Na supervisão, um profissional experiente auxilia e orienta o profissional supervisionado quanto a algum caso clínico em específico. Esta supervisão busca um olhar mais amplo sobre aquele caso, de modo que o supervisionado consiga encontrar caminhos melhores para a continuação da intervenção. Podem ser discutidas técnicas, abordagens e experiências para aquele caso. A supervisão, comum também em outras terapias, é uma forma excelente para o profissional tirar suas dúvidas quanto àquele caso e crescer profissionalmente.
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Como a música promove neuroplasticidade?Neuroplasticidade é capacidade que o cérebro tem de reorganizar-se e reconectar-se em resposta a experiências nas quais ele se engaja. Este mecanismo promove organização e aumenta a densidade e força nas conexões neuronais no sistema nervoso central. E como ocorre? Existe um processo neurológico chamado Potenciação a Longo Prazo (Bliss and Lømo, 1973) que diz que a estimulação repetitiva melhora a atividade sináptica entre dois neurônios causando mudanças persistentes na força da sinapse. Este processo, responsável pela aprendizagem e memória, ocorre majoritariamente no hipocampo (sistema límbico). O hipocampo tem conexões funcionais com circuitos auditivos centrais, indiretamente via o córtex frontal medial, ínsula e amígdala; e com a amígdala e córtex auditivo via córtex entorrinal. Este circuito está implicado na formação de memórias auditivas a longo prazo, e pistas auditivas estão envolvidas na formação da memória espacial. Assim, a estimulação sonora e musical induz à potenciação a longo prazo no cérebro, ao produzir mudanças plásticas a nível sináptico através da formação e fortalecimento das conexões de novos circuitos neurais. Outro aspecto ajuda a explicar o mecanismo da neuroplasticidade: a neuroquímica. A dopamina, implicada na motivação e recompensa, e altamente relacionada à experiência musical é uma moduladora no processo da Potenciação a Longo Prazo. A música aumenta a atividade neural em estruturas corticais e subcorticais que fazem parte do sistema de recompensa, servindo como um mecanismo para mudanças neuroplásticas nos circuitos de recompensa do cérebro. Assim, a experiência musical é reconhecida como uma ferramenta valiosa na promoção de neuroplasticidade, ajudando no neurodesenvolvimento e na reabilitação neurológica. Fonte: Neural plasticity: The substratum of music-based interventions in neurorehabilitation. Diya Chatterjee, Shantala Hedge and Michael Thaut, 2021.
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Como a musicoterapia pode ajudar na dor?Vários estudos sugeriram que o efeito analgésico da música (ou analgesia musicinduzida) pode ser secundário aos efeitos cognitivos e emocionais que surgem da audição da música: distração da dor, prazer e prazer, emoções evocadas pela memória e relaxamento. A distração é um conhecido mecanismo analgésico cognitivo que está presente quando se escuta música. Além disso, ouvir música tem sido relacionado com a liberação de dopamina do caudato e o núcleo acusa e a própria dopamina é conhecida por ter um papel na analgesia central. A música agradável (consoante) e desagradável (dissonante) tem um efeito no caminho descendente da modulação da dor, aumentando ou diminuindo a percepção da dor, respectivamente. Mitchell et al. (2006) descobriram que a familiaridade com a música escutada pode ser importante para o efeito analgésico e em um estudo recente descobrimos que sons agradáveis e relaxantes têm o mesmo efeito analgésico que a música não familiar. Finalmente, o relaxamento produzido pela música também influencia o efeito analgésico. É provável que a música preferida ou escolhida pelo próprio seja especialmente proficiente em reduzir a dor, pois a música escolhida pelo próprio já é apreciada, o que proporciona uma atenção e um arrastamento sustentados facilmente alcançáveis. Fontes e mais: * Garza-Villarreal et al. (2014). Music reduces pain and increases functional mobility in fibromyalgia. * Mitchell, L. A., and MacDonald, R. A. R. (2006). An experimental investigation of the effects of preferred and relaxing music listening on pain perception. J. Music Ther. 43, 295–316. doi: 10.1093/jmt/43.4.295
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Como a Musicoterapia ajuda na reabilitação da fala/linguagem?Para responder esta pergunta é importante primeiramente compreender o que é fala e o que é linguagem. A fala é a utilização do meio oral para comunicar-se que envolve os mecanismos fonoarticulatórios, como os músculos faciais, controle respiratório e fonação enquanto a linguagem pode ser definida como qualquer meio sistemático para comunicação, seja através de símbolos, placas, gestos ou meio verbal. Além disso, a linguagem pode ser dividida em receptiva, que envolve a capacidade de perceber, decodificar e compreender a mensagem; ou linguagem expressiva, quando se utiliza os recursos verbais (incluindo a fala) ou não verbais para transmitir ideias, conceitos, sentimentos e pensamentos. A musicoterapia é uma profissão da área da saúde que utiliza os elementos sonomusicais de forma sistemática para promover saúde. No contexto da comunicação, a música está intimamente ligada ao desenvolvimento da linguagem, pois ambas possuem sons, símbolos e significados. (CHAVES, BARBOSA, 2018). Ela é capaz de estimular a linguagem receptiva através de experiências musicais receptivas, audição musical e jogos interativos, como o bingo sonoro (um bingo com várias imagens em que o paciente deve marcar na opção correspondente ao som que ouve), pareamento sonoro (identificar sons que são iguais), entre outros. Na linguagem expressiva (incluindo a fala), é possível utilizar canções e parlendas estimulando a prosódia (que envolve o ritmo, acentuação e entonação da fala) e fluência (regularidade, velocidade). Já a coordenação pneumofonoarticulatória pode ser trabalhada com técnicas específicas de respiração e com instrumentos de sopro. Também é possível ampliar repertório verbal e criatividade através de experiências musicais de composição (criação de músicas) ou recriação (que envolve executar, reproduzir, transformar e interpretar uma determinada obra) (BRUSCIA, 2016). Para um tratamento efetivo, é importante procurar um musicoterapeuta devidamente qualificado e credenciado no órgão profissional para que o caso seja avaliado e, assim, traçar o plano terapêutico individualizado. Fontes e mais: * Bruscia. K. (2016). Definindo Musicoterapia. Enelivros, 3 edição. * Chavez, P.P.P.M & Barbosa, P.M.E. (2018). O uso da musicoterapiapara o desenvolvimento da linguagem oral em crianças com o Transtorno do Espectro Autista. Faculdade Pitágoras de Fortaleza. Acesso em 29 de dezembro de 2022 https://repositorio.pgsskroton.com/bitstream/123456789/21282/1/04%20-%20O%20Uso%20da%20Musicoterapia.pdfhttps://repositorio.pgsskroton.com/bitstream/123456789/21282/1/04%20-%20O%20Uso%20da%20Musicoterapia.pdf Colaboração da Mt Ms Michelle de Melo Ferreira
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Como a Musicoterapia ajuda no TDAHA música possui uma enorme capacidade de ativação cerebral. No momento em que escutamos música, o cérebro entra em sincronia para interpretá-la, distinguir sonoridades, ritmo e melodia, movimentação corporal, aumenta regulação cardíaca, associação de emoções, memórias entre outros. Tudo isso ocorre de forma intuitiva e sincronizada entre os dois hemisférios. Onde ocorrem sinapses por todos os córtex cerebrais ao mesmo tempo. O que acontece quando o paciente com TDAH entra em um processo ativo da musicoterapia, ou seja, quando o paciente faz música junto ao terapeuta, é uma demanda por foco e concentração para participar da experiência musical, assim como para sincronizar ritmos, melodias, intensidade sonora e compreender a comunicação não-verbal ligada a ela. Associado à isso, ainda temos o prazer de fazer e criar música, com liberação de endorfina e serotonina que são hormônios relacionados ao prazer, reforçando e incentivando os novos comportamentos. Portanto, quando se está em um processo musicoterápico, o terapeuta irá canalizar os objetivos do trabalho justamente para potencializar os ganhos do paciente com TDAH, principalmente no quesito melhora da atenção se utilizando dos processos de aprendizagem adaptadas à musica. Ao associarmos uma atividade de tamanha resposta cerebral, prazer e com objetivos bem definidos, conseguimos melhorar a qualidade de vida do paciente, obtendo melhora significativa no controle de impulso, redução de ansiedade, melhora no foco e concentração e ainda melhora da autoestima. Fontes e mais: * https://proceedings.science/epcc/trabalhos/o-uso-da-musicoterapia-como-possibilidade-de-tratamento-do-tdah-uma-revisao-bibl * http://www.fics.edu.br/index.php/rpgm/article/view/793 * https://periodicos.unifesp.br/index.php/neurociencias/article/view/8947/6480 Colaboração da musicoterapeuta Darda Camargos de Azevedo - CPMT 308/17-PR
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Quanto custa uma sessão de musicoterapia?O valor pode variar a partir de vários fatores: a qualificação do profissional, o local onde atende (clínica, instituição e etc.), à região onde atende, à quantidade de pessoas por sessão (individual ou em grupo), ao tempo de duração da sessão. Portanto, a melhor resposta se terá consultando o próprio profissional.
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Quanto devo cobrar pelo meu serviço musicoterapêutico?A UBAM (União Brasileira das Associações de Musicoterapia) disponibiliza em seu site uma tabela de honorários baseada na pesquisa com profissionais de todo o país: Sessão individual em consultório (por hora de trabalho) R$150,00 à R$350,00 Sessão individual à domicílio (por hora de trabalho) R$200,00 à R$400,00 Sessão grupal em consultório (por hora de trabalho) R$240,00 à R$600,00 Sessão grupal em instituição (por hora de trabalho) R$400,00 à R$800,00 Avaliação em Musicoterapia (por hora de trabalho) R$180,00 à R$400,00 Supervisão em Musicoterapia (por hora de trabalho) R$150,00 à R$600,00 Consultoria (por hora de trabalho) R$330,00 à R$1.200,00 https://ubammusicoterapia.com.br/documentos/tabela-profissional-nacional-de-honorarios/
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Quanto tempo dura uma sessão de musicoterapia?A duração de uma sessão de musicoterapia pode variar a cada profissional de acordo com sua abordagem e local onde atende. Normalmente tem duração de 30, 45 ou 50 minutos. A quantidade de sessões por semana também pode variar, principalmente, a partir da recomendação do profissional.
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Onde eu encontro um(a) musicoterapeuta?Você pode encontrar um(a) musicoterapeuta na sua cidade consultando o site da associação de Musicoterapia do seu estado ou região. Lá você encontrará um telefone para contato e e-mail. Na referência abaixo podem ser encontrados os contatos de todas as associaçãoes do Brasil: https://ubammusicoterapia.com.br/institucional/associacao-de-musicoterapia-no-brasil/
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Onde o musicoterapeuta trabalha?O campo de trabalho do musicoterapeuta é amplo. Pode atuar em clínicas, hospitais, empresas, comunidades, escolas, casas para idosos, centros de ressocialização, centros de atenção psicossocial e outros.
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Onde estudar musicoterapia?No Brasil os cursos de Musicoterapia podem ser graduação ou pós-graduação. Em ambos os casos deve ser um curso presencial. Ao encontrar um curso, certifique-se de que ele é na modalidade presencial, tenha professores com formação superior em musicoterapia na sua grade, que suas disciplinas sejam ligadas à área da saúde e que preveja um estágio obrigatório de, no mínimo, 60 horas. Se tiver dúvidas, entre em contato com a Associação de Musicoterapia mais próxima de onde você mora. Na referência abaixo podem ser encontrados os contatos de todas as associaçãoes do Brasil: https://ubammusicoterapia.com.br/institucional/associacao-de-musicoterapia-no-brasil/
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Onde encontro mais informações sobre musicoterapia?No Brasil, a referência principal é a UBAM (ubammusicoterapia.com.br) e o Brazilian Journal of Music Therapy (https://www.revistademusicoterapia.mus.br/) Outras referências nacionais: http://periodicos.unespar.edu.br/index.php/incantare https://www.revistas.ufg.br/musica Referências internacionais: - https://www.musictherapy.org/ - voices.no - https://www.musictherapy.org/ - Journal of Music Therapy - Music Therapy Perspectives - Music and Medicine - Australian Journal of Music Therapy - British Journal of Music Therapy - Canadian Journal of Music Therapy - New Zealand Journal of Music Therapy - Nordic Journal of Music Therapy - Voices: World Forum for Music Therapy - Journal of Music and Human Behaviors (Korea) - Korean Journal of Music Therapy - https://journals.sagepub.com/home/mnsa - https://journals.sagepub.com/home/msxa
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Quais são os livros indicados sobre Musicoterapia?Aqui estão algumas sugestões: - Definindo Musicoterapia (Keneth Bruscia) - Caminhos da Musicoterapia (Even Ruud) - Música e Saúde (Even Ruud) - Tratado de Musicoterapia (Clotilde Espinola Leinig) - Tratado de Musicoterapia (Thayer Gaston) - A música no seu cérebro (Daniel Levitin) - La Nueva Musicoterapia (Rolando Benenzon) - Quaternos de Musicoterapia e Coda (Lia Rejane Mendes Barcellos) - Explorando el Cerebro Musical (Camila Pfeiffer / Cristina Zamani) - Music Language and Brain (Anirudddh Patel) - Musicoterapia e a Reabilitação do paciente neurológico (Marilena do Nascimento - organizadora) - Musicoterapia e Autismo - teoria e prática (Gustavo Gattino) - Musicoterapia e autismo: campos de comunicação e afeto (Gustavo Gattino e Cláudia Reis - organizadores) - Aspectos da musicalidade de da música de Paul Nordoff e suas implicações na prática clínica musicoterapêutica. - Handbook of Neurologic Music Therapy (Michael Thaut and Volker Hoember) - Cadernos de Musicoterapia 1, 2, 3 e 4 (Lia Rejane Mendes Barcellos)
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Qual órgão representa o profissional musicoterapeuta?A UBAM (União Brasileira das Associações de Musicoterapia) é o órgão a nível nacional que apoia, divulga e defende os interesses da profissão. A nível estadual, alguns estados possuem associações que exercem este papel para seus profissionais e estudantes associados. Na referência abaixo podem ser encontrados os contatos de todas as associações do Brasil: https://ubammusicoterapia.com.br/institucional/associacao-de-musicoterapia-no-brasil/
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Qual o número do CBO da profissão?CBO (Classificação Brasileira das Ocupações) 2263-05. Mais: https://ubammusicoterapia.com.br/documentos/cbo/
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Qual profissional está autorizado a ser um musicoterapeuta?Os profissionais qualificados que passaram pelo processo de graduação ou pós-graduação devidamente titulados na área de musicoterapia e em regularidade com suas devidas associações de musicoterapia.
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Quais são os modelos/abordagens em Musicoterapia?Musicoterapia é um campo amplo que compreende diferentes abordagens/modelos de atuação baseados em diferentes teorias. Abaixo estão alguns dos modelos mais difundidos: Musicoterapia Neurológica Musicoterapia Analítica Musicoterapia Musico-centrada Musicoterapia Nordoff-Robins Musicoterapia Hospitalar Musicoterapia Organizacional Musicoterapia Focal Obstétrica Musicoterapia com Abordagem Plurimodal Modelo Benenzon de musicoterapia Musicoterapia Comportamental Imagens Guiadas e Música (GIM) Musicoterapia Vibroacústica Musicoterapia NICU Musicoterapia Interativa Musicoterapia Médica Musicopsicoterapia Vocal Música e Imagens Musicoterapia Artística Musicoterapia Analítico-cognitiva Musicoterapia Humanista Musicoterapia orientada a recursos CanPau Musicoterapia
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Qual a história da Musicoterapia?As primeiras pesquisas que basearam a Musicoterapia enquanto disciplina começaram nos Estados Unidos em meados da 2a. guerra mundial. Estudos sobre a música e reações fisiológicas provocadas por ela foram realizados com soldados da guerra. Medidas como frequências cardíacas e respiratórias, pressão arterial e respostas emocionais à música começaram a ser mensuradas. Logo, teóricos de diversas áreas, ao redor do mundo, passaram desenvolver suas teorias sobre o uso das experiências sonoro-musicais em contexto terapêutico. Fonte e mais: https://www.musictherapy.org/about/history/ https://musicoterapia.revistademusicoterapia.mus.br/index.php/rbmt/article/view/378
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Quais são os cursos de Musicoterapia no Brasil?Cursos de Graduação : * UNESPAR - Curitiba/PR * UFRJ - Rio de Janeiro/RJ * CBM - Rio de Janeiro/RJ * FMU - São Paulo/SP * EST - Porto Alegre/RS * UFG - Goiânia/GO * UFMG - Belo Horizonte/MG Cursos de pós-graduação: * CENSUPEG - várias cidades do país - (consultar website) Pós-graduações para áreas específicas: * Santa Marcelina - São Paulo - "Musicoterapia aplicada: do desenvolvimento ao envelhecimento" * Centro Biomédico da Música - "Musicoterapia e o Transtorno do Espectro Autista"
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